quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O Barroco Mineiro


A descoberta de ouro e pedras preciosas acelerou o processo de urbanização no interior do país. Em Minas Gerais surgiram cidades com nomes que aludiam às riquezas locais como Vila Rica (hoje Ouro Preto), Ouro Branco, Ouro Fino e Diamantina. Em pontos altos das novas vilas foram surgindo igrejas construídas por Irmandades, associações civis que na ausência das Ordens Religiosas, então proibidas pela metrópole de se fixarem nas regiões das minas, se encarregaram da condução espiritual nessas vilas. Disputas entre Irmandades poderosas tornaram as igrejas cada vez mais exuberantes, contribuindo para a formação de um acervo artístico e arquitetônico extraordinário
O Barroco Mineiro utilizou, com grande vantagem, materiais típicos, como o cedro e a pedra-sabão (uma variedade macia da esteatita), adaptando-os às necessidades das obras.
Surgiram além das igrejas, edifícios públicos e inúmeras moradias. As inovações artísticas pareciam acompanhar a vida econômica e financeira de uma região ilusoriamente próspera.
Nessa sociedade onde, em função da exploração das minas, crescia o número de escravos negros, a mestiçagem ocorria freqüentemente. Nos anos 70 do século XVIII era esmagadora a presença de mulatos e negros na capitania das Minas. Dados da época davam conta de que, dos cerca de 320 mil habitantes, 60 mil eram brancos. Então eram mulados muitos daqueles que participavam desta verdadeira escola que, nascida de mestres europeus, frutificou e amadureceu, encontrando sua própria expressão do "Belo".

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